terça-feira, 26 de abril de 2011

Reflexo Incerto (Voar sem asas)

Essa semana eu li um texto de uma amiga, de um "desabafo" achei perfeitamente poético, e por motivos certos.

Então vou passar pra vocês o texto que ela postou em sou blog "Voar... Sem Asas"

Reflexo Incerto - Conclusão

"É que às vezes viver é como um buraco negro e você caindo...
Tanta coisa para se fazer, tanto sonho guardado, tantos planos... E aquela imensa vontade de dormir... Pra sempre.
Uma inquietude, uma vontade de gritar, de ser livre, ainda mais quando isto que vejo é o que chamam de sociedade.
Pessoas humilham , magoam, maltratam, ferem, matam pessoas. A cadeia alimentar humana, ser melhor que todos e devorar os mais fracos. Ter o poder. Caos.
A linha que divide a dor da alegria. A linha que impede de chegar ao outro lado. A linha que quando arrebenta causa explosão.
A sociedade que faz pirar, indo da mais pequena cobrança,até chegar a te cobrar a vida, e sem saída só resta a loucura.
Bem aventurados sejam os loucos, pois os sãos querem dominar o mundo, dizendo o que cada um tem de ser, nexo perdido com o bem. Nexo com o poder. Nexo com a podridão.
Nexo de viver a vida perfeita, mas só aqui fora, dentro só o fundo do buraco negro.
A solidão de estar entre muitas pessoas, a vontade chorar sem ter lágrimas.
Vontade de correr, e nem é por fuga, é por adrenalina.
Adrenalina de sorrir, sorriso planejado, andróides da sociedade, programados para sorrir, programados para obedecer, programados para não ter vida.
Incontrolável, um sonho em protótipo, parto de uma vida que já foi vivida, após anos de tentativas de ser.
Ser - uma utopia- um grau elevado julgado pelo poder do topo da cadeia alimentar humana, ser ou ser, ser um alguém, ou ser um alguém, a escolha que tão pouco define algo, ser seria apenas a realidade do verbo sonhar.
E sonhar seria utopia se não fosse tão verdade que do lado de dentro a utopia existe. Que guarda os segredos, que livra dos castigos, que controla os medos, que faz ser um alguém em literal igualdade. Sonho que não se atreve a chegar do lado de fora.
Aqui... Desperta a obediência do mais forte. Sonho? Fica do lado de dentro, porque lá fora não há espaço.
Sonho? É o intervalo entre o viver e o querer.
Aprendo, a ser inútil, a seguir as regras, a odiar, a sentir medo, a seguir o sistema, a ter inteligência artificial, a ter o valor de ser algo usado para o bem do topo da sociedade, a ser usado pela poeira da base da sociedade, a ser um algo que liga o quase ao nada.
Porque querer ser, é comum a todos querer ser alguém, querer se orgulhar de si mesmo. Mas orgulho já não há, quando a poeira social domina o pequeno sonho sem asas, ainda pequeno recém-nascido, preso em gaiolas da mente. Porque alguém o roubou de seu habitat antes do crescimento.
É quando o mais forte fecha os olhos para a impunidade, é quando o mais fraco não tem direito de viver.
O fim - Só um tiro na cabeça, tentando aliviar o que já não tem alívio.
...
...
O horizonte branco pela neblina, orvalho sobre folhas... Era a vida uma gota de orvalho que secou ao sol.
É o céu chorando sobre a vida que luta em viver mesmo com uma máscara de oxigênio. Uma máscara de feliz, de quem tem tudo que precisa, de quem precisa só de amor, e só recebe dor.
É essa dor tão íngreme e tão nítida que o mundo não vê.

Eu sinto,
Eu vejo,
Eu odeio,
Eu morro. (Sem saída)

Ao morrer... Volto a ver, sentir, odiar. E a saída? Eu mudo os traços, do esboço á arte final, da morte à vida.

Do silêncio a revolução, da revolta a expurgar de mim o eu."

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